Era madrugada e eu estava insone. Sei que não devia mas meu corpo zonzo caminhou até a luzinha verde do computador acusando-me de tê-lo deixado trabalhando. Fácil acessar a Internet a esta hora alta. Logo o vídeo se enche de emails de alguém rico de tempo livre. As mães de Dadaab. Dadaab, onde será isto? Quênia.
Lá vem desgraça mas estou precisando chorar.
A criança de 7 anos, tamanho de 1, um galho seco tentando erguer a cabeça, olhos enormes. As mães, ossos escondidos sob panos multicores. Que faço eu com estes horrores? Que fizemos nós? O Haiti é aqui, meninas de 10 anos estão fazendo arrastão. Está tudo desmontando? Debruço-me sobre o teclado num soluço, a imagem some, meu Deus, desliguei o micro no tapa, que me importa? O que importa se também tenho fome. Meu corpo todo crivado de ausências.
Você não vai querer ver o vídeo no youtube: Child dies every six minutes in Somalia famine. Vai?
Lá vem desgraça mas estou precisando chorar.
A criança de 7 anos, tamanho de 1, um galho seco tentando erguer a cabeça, olhos enormes. As mães, ossos escondidos sob panos multicores. Que faço eu com estes horrores? Que fizemos nós? O Haiti é aqui, meninas de 10 anos estão fazendo arrastão. Está tudo desmontando? Debruço-me sobre o teclado num soluço, a imagem some, meu Deus, desliguei o micro no tapa, que me importa? O que importa se também tenho fome. Meu corpo todo crivado de ausências.
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