Sabendo que o dia estava chegando, a noite foi se esconder. Não queria nada com ele, nem mesmo que a visse de relance.
Onde? Onde poderia se meter?
Grande como era e com aquele cobertor de estrelas a piscar, o esconderijo tinha de ser especial.
Quase sem tocar o solo foi-se infiltrando para dentro da caverna. Arrebanhou as estrelas, fez com elas um colar de contas e o colocou no bolso. Pesava, mas foi o jeito de lhes apagar o brilho.
Dentro da gruta, ajoelhou-se e atravessou uma barreira de estalactites e estalagmites. Atrás da barreira, um salão gigantesco que a guardou inteira.
Ali passaria o dia, em repouso, apenas esperando a hora de renascer.
E se cantasse para ela até que a noite fosse dia
A tristeza passaria?
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