Rua Buriti, 93, bairro do Grajaú, zona sul, São Paulo. A casa tem laje, vai ter de subir 12 degraus. Primeiro pega o trem na Lapa e depois o ônibus tal. Do ponto até a casa não é longe.
O dia amanheceu frio, no dezembro tropical. Tudo às avessas nestes tempos. Ao subir o último dos 12 degraus, apoiando-se na bengala, o suor escorre-lhe da testa. Bate palmas enquanto olha a rua lá embaixo e imagina a cor que a sobrinha escolherá para pintar a casa nova quando enfim tiver dinheiro.
Abrem a porta dois olhos pretos brilhantes no topo de um vestidinho azul salpicado de bolinhas brancas. O vestidinho a conduz, sem palavras, até a mesinha baixa perto do sofá, coberta por um papel verde imitando grama. Sobre a grama, uma casinha feita de palitos de sorvete, José e Maria, de arame e na caixinha de fósforos vazia, um lencinho de papel branco. A árvore ladeando o presépio foi feita inteirinha com fundos de garrafas pet pintadas de verde e os enfeites, ela entendeu, são desenhos das crianças, colados nas tampinhas. Tudo preparado para a chegada do Salvador.
A miudinha abre os dois braços para apresentar o espetáculo e depois junta as mãozinhas:
-Tia Linda, olha! Jesus ainda não chegou mas tá quase. Por isto não tem ninguém no bercinho. Sabe, não é bercinho, é "mugidoura", que é onde eles punham palha pras vacas, cê sabia?
-Hã, hã....
O riso quer escapar mas se guarda, o rosto da tia Linda é solene, como merece a situação. A porta se fecha com uma rajada de vento e a chuva começa a cair.
-Xii, vamo acendê as luzinhas...
-Xii, vamo acendê as luzinhas...
Feliz Natal
Uxa,
ResponderExcluirUma delícia receber sempre suas palavras!
Muita paz e saúde para todos em sua Família!
Bj grande,
Virginia
Olá, Uxa...adoro acompanhar o seu blog!
ResponderExcluirTambem te desejo Um Feliz Natal, e muita inspiração para 2012....saude, paz, muito amooooorrrrr...enfim um Ano Bom.
Continuo esperando um dia tomar um café e conversar....
Um grande beijo,
Re.
Linda crônica…bjao
ResponderExcluirLulu
Cara Uxa,
ResponderExcluirBoa tarde!
Obrigada pelos sábados blog.
Boa saída, 2011.
Boa chegada, 2011.
Em especial, 2012 com boa disposição e saúde.
O texto A Espera é bom.
Gosto dele. Nada de novo nisso.
Você pode trabalhar mais nele?
Se puder, aceite sim fazê-lo.
Vale, e vale muito subtrair o que não precisa estar lá.
É o meu palpite.
Você aceita:
(1) “... ... Casa na laje, sobe 12 degraus.”
(2) “Manhã fria, dezembro tropical.”
(3) “... ... o último degrau.”
E, em outros pontos, reduções similares.
Os seus enredos são de afeto direto.
No dia-a-dia.
A sua escrita é correta.
E, sem mais, à forceps, entram frases de conversa de salão.
Não é o caso. Desculpe-me.
Esse tipo de frase só vem atrapalhar. E consegue.
Defendo o texto.
Não favoreço a etiqueta da autora.
Juro!
Grande abraço,
Cibele