Rua Buriti, 93, Vila Natal, zona sul, São Paulo. Primeiro pega o trem na Lapa e depois o ônibus. Do ponto até a casa não é longe.
O dia amanheceu frio. Tudo às avessas nestes tempos. Ao subir o último dos 12 degraus, apoiando-se na bengala, o suor escorre-lhe da testa. Bate palmas enquanto olha a rua lá embaixo e imagina a cor que a sobrinha escolherá para pintar a casa nova quando, enfim, tiver dinheiro.
Abrem a porta dois olhos pretos brilhantes no topo de um vestidinho azul salpicado de bolinhas brancas. O vestidinho a conduz, sem palavras, até a mesa baixa perto do sofá, coberta por um papel verde imitando grama. Sobre a grama, uma casinha feita de palitos de sorvete, José e Maria, de arame e na caixa de fósforos vazia, um lencinho de papel branco. A árvore ladeando o presépio foi feita com fundos de garrafas pet pintadas de verde e os enfeites, ela entendeu, são desenhos das crianças, colados nas tampinhas. Tudo preparado para a chegada do Salvador.
A miudinha abre os dois braços para apresentar o espetáculo e depois junta as mãozinhas.
O riso quer escapar mas se guarda; o rosto da tia Linda é solene, como merece a situação.
A porta se fecha com uma rajada de vento e a chuva começa a cair.
A porta se fecha com uma rajada de vento e a chuva começa a cair.
Feliz Natal
Atendendo a pedido de seguidora fiel, enxuguei um pouquinho o texto e omiti as falas. Ficou mais elegante,sem dúvida.
ResponderExcluirObrigada, Cibele.
Uxa
Querida Uxa,ler seu blog é um raro prazer!
ResponderExcluirFeliz Natal e um ótimo ano !
bjs
Madú