sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A florzinha

Em meio aos empurrões e xingamentos da criançada brincando no pátio, fui pega de surpresa pela pergunta urgente da menininha. Era toda uma aflição. Avançou para mim em passos firmes, estendendo um botão de rosa amarelo desbotado, muito pequenino. No lugar do caule, um cotoco minúsculo.
- O que que eu faço com esta ROSA? Encontrei jogada no chão.
Do olhar se ouvia o resto da muda indignação: como alguém pode jogar no chão uma ROSA? Que tipo de pessoa faz uma coisa destas?
A florzinha tão insignificante de repente tomou vulto, agigantou-se, pediu consideração. 
Num instante mais do que breve, na palma da minha mão, visitou-me a esperança.


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