Elas chegam aos milhares
Numa marcha lenta
Arrastando
Horrores
Carregam os corpos cítricos
De suas crianças
Azedas
Murchas dores
Seus passos rastejam
A esperança
Coberta de pó
Esquecida no tempo
Rebento da seca
Os panos coloridos
Cobrem o tormento
Em suas mãos
Uma outra e mais uma
Atadas ao caminhar
Rumo a milhares de nada
Almas curvadas
Imploram pela farinha branca
Que assusta os lábios negros
Sem gosto, sem rosto, só restos
Os seios ralados
Rachados de tanto tentar
Pingam a pele
No chão de terra
Brota um corpo de galhos
Engatinhando uma infância morta
O médico diz que não há nada a fazer.
Em cada corpo
O último a morrer
Grande, vítreo
É o olhar
Eu vejo de longe
O olho opaco
Embora cravado na seca
Ainda produz uma lágrima
Tão transparente quanto a minha.
por Maice Rocha Glaser (poeta querida ao alcance de minha mão)
por Maice Rocha Glaser (poeta querida ao alcance de minha mão)
Oi UXa,que lindo!!!!Quem me dera poder estar mais perto de vc !!!!Bjs
ResponderExcluirKátia
OI Uxa,
ResponderExcluirobrigada e parabéns!
bjs
Madú
Ao alcance de suas mãos...e podendo ver o que elas escrevem. Um presente!
ResponderExcluirBeijos,
Maice
Curti....
ResponderExcluirbjus
Idely