Era para um concurso. Sentados à minha frente doze carinhas jovens e uma canção.
- Pode escrever sobre a nossa vida?
- Pode.
- Pode inventar?
- Pode.
- Pode misturar?
- Pode. Tudo pode, desde que a história seja boa, que prenda o leitor. Comecem que as ideias vem. Palavra chama palavra. Este é que é o barato de escrever.
Demorou até que todos os rostos se concentrassem, os lápis começassem a correr o papel. No alto-falante uma viola soava acordes que me levavam para longe dali.
Olhei para o chão. Um fio d’água vinha do fundo da classe até a porta que ficava à frente. A água foi se avolumando, engrossando e logo cobriu os pés das pessoas. Ninguém parecia notar. Logo chegava aos joelhos. De repente, um golfinho, dos pequenos. Um miúdo e outro e mais outro. Nadavam em volta das carteiras, rebolando as caudas. Guinchavam. O pessoal não reparava em nada e escrevia, escrevia, escrevia. Cada vez mais rápidos. A água lhes tocava os joelhos e suas ideias não emudeciam, pintavam o papel.
- Pode escrever sobre a nossa vida?
- Pode.
- Pode inventar?
- Pode.
- Pode misturar?
- Pode. Tudo pode, desde que a história seja boa, que prenda o leitor. Comecem que as ideias vem. Palavra chama palavra. Este é que é o barato de escrever.
Demorou até que todos os rostos se concentrassem, os lápis começassem a correr o papel. No alto-falante uma viola soava acordes que me levavam para longe dali.
Olhei para o chão. Um fio d’água vinha do fundo da classe até a porta que ficava à frente. A água foi se avolumando, engrossando e logo cobriu os pés das pessoas. Ninguém parecia notar. Logo chegava aos joelhos. De repente, um golfinho, dos pequenos. Um miúdo e outro e mais outro. Nadavam em volta das carteiras, rebolando as caudas. Guinchavam. O pessoal não reparava em nada e escrevia, escrevia, escrevia. Cada vez mais rápidos. A água lhes tocava os joelhos e suas ideias não emudeciam, pintavam o papel.
Alguém abriu a porta: a água escorreu enchendo o pátio. Os golfinhos nadaram para fora deixando a meninada a escrever ao ritmo da música. Sorriam ao reler seus escritos, uma alegria solar foi tomando conta da sala e a música pedia palmas.
Assim que a água baixou por completo, as crianças entregaram suas folhas, azuis como as águas do mar. Que histórias contarão?
fotos da Internet
Nadei com você. Que lindo!
ResponderExcluirBeijo,
Maice
Querida Uxa,quando eu era criança,no colégio,num dia de prova, começou a entrar água na classe
ResponderExcluirsó que sem golfinhos ,com provas boiando.
bjs
Madú
Cara Uxa,
ResponderExcluirBoa tarde!
Os golfinhos leram os textos?
Quem é que me responde?
E se ninguém responde, me aquieto.
Grande abraço, parabéns.
A sua fidelidade de escrita é bonita.
Muito bonita.
Esse texto de crianças e golfinhos é uma graça.
Em especial.
sua sensibilidade sempre me toca....parabens!!!! hilda
ResponderExcluirCara LuciaUxa,
ResponderExcluirBoa noite, outra vez.
Abraços e muitos golfinhos para você.
Para mim também.
Até mais,
Cibele
Uxa, que lindo, a cara da sua alma, não é?
ResponderExcluirBj, querida
da Regina
Gracinha.
ResponderExcluirGostei.
Bjks,
Marina