A rainha
Olhos claros
Cílios longos
Lábios rubros
Queixo duro
Sobrancelhas arqueadas
Cheias
Bem desenhadas
O rosto limpo
Perfeito
Se enfeita
Em cabelos fartos
Caem dos lados
Anéis
Enchem o cristal
Emolduram
Ampliam toda a figura
Brilha a mulher
No reflexo
A boca abre um sorriso
O dia enche a janela
Nas margens frias do encanto
Surge pequena, discreta
A surpresa
O desaforo
Num instante tudo vira
A paisagem se transforma
Some a mulher altaneira
Some o sorriso
Entra a raiva
Dos olhos saltam as águas
Entra a montanha deserta
O pico rochoso
O nó doloroso
Nascida de madrugada
A verruga inesperada
Franze a testa
A feiticeira
Como um trovão vem o grito
Cerra os dentes
Fecha os punhos
O espelho se estilhaça
Cai a noite na janela
Oi! Uxa,
ResponderExcluirBoa noite!
hoje é sexta. Ganhei doze horas.
Belo seu texto de 11.02.12!
Quatro trechos são particulares.
Porque mais lindos. Eu os escolho:
“A boca abre um sorriso
O dia enche a janela.
Suave, discreta,
A surpresa
Num instante
Entra a raiva
O espelho se estilhaça
Cai a noite na janela.”
Bom, muito bom mesmo, Uxa!
Obrigada pela oportunidade da leitura.
Parabéns, abraços,
Cibele
Poxa! tô ficando sem repertório prá comentar... que coisa, viu! Essa refletiu direto no vazio da minha cabeça.
ResponderExcluirbj